Os discentes dos cursos de computação precisam resolver problemas por meio de linguagens de programação. Habilidade que requer raciocínio lógico e a capacidade de abstração. Estudos como o de Sousa e Leite (2020) mostram que a falta dessas habilidades acarreta em desmotivação, repetência até mesmo evasão, isso pode ser observado especialmente nos discentes do Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação (BTI) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que apresentam dificuldades na compreensão teórico-prática dos componentes curriculares referentes a programação.
A exemplo, destaca-se a componente PEX1241 – Algoritmos e Estruturas de Dados I, que nos semestres 2019.1 e 2019.2 obteve uma taxa de insucessos de 69,9% e 78%, respectivamente. Uma das possíveis causas desse índice pode ser alguma insuficiência de conhecimento referente à formação básica apresentada por alguns ingressantes no curso e/ou dificuldades em interpretar exercícios de algoritmos que treinam o raciocínio e a capacidade de abstração. Além das dificuldades dos discentes, devido ao grande número de insucessos nas disciplinas de programação, faz-se necessário ofertar turmas adicionais para atender a demanda dos alunos regulares e irregulares, podendo acarretar na sobrecarga de professores.
Diante dos entraves mencionados faz-se necessário buscar soluções para reduzir essas taxas de insucessos de forma que este trabalho propõe o emprego de abordagens de ensino aplicadas à educação, buscando novas estratégias que contemplem alunos dos cursos de tecnologia da informação. Uma abordagem utilizada afim tentar minimizar o número de insucessos foi a utilização de metodologias ativas de ensino que coloca o aluno como protagonista de sua aprendizagem enquanto que o professor assume o papel de mediador e facilitador do processo de ensino-aprendizagem (LOVATO et al., 2018). As metodologias Sala de Aula Invertida, Aprendizagem Baseada em Problemas e Aprendizagem Baseada em Projetos foram aplicadas a componente PEX1241 no Semestre Excepcional 2020.3, com o intuito tanto de se ter uma primeira experiência com o aluno como centro de sua aprendizagem como também coma intenção de minimizar as atribulações causadas por um semestre totalmente remoto devido a pandemia do Covid-19.
Como protagonistas de sua aprendizagem os alunos deveriam assistir as aulas gravadas e disponibilizadas no YouTube com antecedência, assim como realizar atividades de modo que no encontro síncrono os mesmos pudessem tirar dúvidas e praticar o conteúdo da aula através da solução de problemas propostas pelo professor, caracterizando assim as abordagens Sala de Aula Invertida e Aprendizagem Baseada em Problemas. A metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos foi aplicada como avaliação, onde os alunos deveriam entregar um projeto de um sistema comercial abordando o conteúdo trabalhado na disciplina. A componente obteve 55 matriculados onde, ao final do curso, a taxa de sucessos foi de 72.7%. Foi aplicado um survey sobre o uso das metodologias onde os discentes reportaram uma experiência positiva em relação ao uso das metodologias ativas para o ensino da componente. Como trabalho futuro, aplica-se até o momento da escrita as metodologias ativas elencadas, assim como o Dojo de Programação no ensino de Algoritmos. Ao final, será realizada uma avaliação dessas metodologias para identificar os efeitos na disciplina de Algoritmos.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas